Como identificar um episódio de compulsão alimentar?
Para que nós possamos entender o que é o Transtorno de Compulsão Alimentar, precisamos primeiro compreender o que é um Episódio de Compulsão Alimentar.
Então vamos lá, você sabe quais são as principais características que definem um episódio de Compulsão Alimentar?
1. Ingestão excessiva de alimentos em um curto período de tempo
A pessoa consome uma quantidade de comida muito maior do que a maioria das pessoas consumiria (e maior até do que ela mesma consumiria) em uma situação semelhante, normalmente em um período de 2 horas.
O ato de comer ocorre de forma rápida, sem saborear os alimentos ou perceber quanto está comendo.
2. Sensação de perda de controle
Há uma sensação de “descontrole” durante o episódio, como se a pessoa estivesse comendo sem ser capaz de parar, mesmo que quisesse.
A pessoa sente que não consegue parar de comer, mesmo quando já está satisfeita ou fisicamente cheia.
3. Sentimentos de vergonha, culpa ou arrependimento após o episódio
Após o episódio de compulsão alimentar, a pessoa frequentemente sente-se envergonhada, triste, culpada ou arrependida por não ter conseguido controlar o impulso.
4. Comer em segredo ou esconder os alimentos
A pessoa pode sentir vergonha ou culpa sobre o que está fazendo e, por isso, prefere comer sozinha ou escondida.
Esconder os alimentos ou tentar disfarçar o consumo excessivo de comida é um comportamento comum durante esses episódios.
5. Ausência de comportamento compensatório (como purgação ou exercício excessivo)
Ao contrário de outros transtornos alimentares (como a bulimia nervosa, por exemplo), a compulsão alimentar não é seguida de comportamentos compensatórios, como vômito, uso de laxantes ou excesso de exercícios físicos.
6. Fatores emocionais e psicológicos
Muitas vezes o episódio de Compulsão Alimentar ocorre como uma forma da pessoa lidar com sentimentos difíceis, como estresse, ansiedade, tristeza, tédio ou raiva.
O que é o transtorno da Compulsão Alimentar?
Para que uma pessoa seja diagnosticada com o Transtorno da Compulsão Alimentar, não basta que ela apresente um único episódio, mas sim que ela venha apresentando nos últimos três meses, pelo menos um episódio de compulsão alimentar por semana.
Qual a diferença entre o “Transtorno de Compulsão Alimentar” e “Comer Emocional”?
Comer emocional pode ser definido como o comportamento de utilizar a comida para lidar com emoções, por exemplo, quando a pessoa está triste ou entediada e busca alguma comida para aliviar esses sentimentos.
Já o Transtorno da Compulsão Alimentar, como dissemos, deve necessariamente incluir a presença de episódios recorrentes de compulsão alimentar, trazendo grande sofrimento aos indivíduos que passam por esse problema.
Quais podem ser os impactos do Transtorno da Compulsão Alimentar na vida das pessoas?
A compulsão alimentar pode ter uma série de impactos profundos, afetando não apenas a saúde física, mas também a saúde mental, as relações sociais e até a vida profissional.
1. Impactos na Saúde Física
- Ganho de peso e obesidade, frequentemente associados ao consumo excessivo de alimentos de baixo valor nutricional.
- Aumento do risco de diabetes tipo 2, hipertensão, problemas cardíacos e apneia do sono.
2. Impactos Psicológicos e Emocionais
- Baixa autoestima, muitas vezes devido à insatisfação com o corpo.
- Sentimentos de culpa, vergonha e autocrítica após os episódios de compulsão.
- Associação com ansiedade e depressão, criando um ciclo vicioso entre emoções negativas e episódios de compulsão.
3. Impactos Sociais e Relacionais
- Isolamento social: evitar situações sociais envolvendo comida por vergonha ou medo.
- Estigmatização e discriminação, especialmente em culturas que valorizam corpos magros.
4. Impactos Profissionais e Econômicos
- Dificuldades em compromissos sociais ou profissionais, prejudicando oportunidades de crescimento e networking.
Como é o tratamento para a compulsão alimentar?
O tratamento para o Transtorno de Compulsão Alimentar (TCA) envolve uma abordagem multidisciplinar, combinando psicoterapia, acompanhamento nutricional e, em alguns casos, medicação.

1. Psicoterapia
- Terapia Cognitivo-Comportamental (TCC): Ajuda a identificar e mudar padrões de pensamento disfuncionais.
- Terapia Dialética Comportamental (DBT): Focada na regulação emocional e estratégias para lidar com o estresse.
2. Aconselhamento Nutricional
- Estratégias de alimentação consciente, ensinando o paciente a comer de forma mais atenta.
- Organização de um plano alimentar equilibrado, evitando a sensação de privação.
3. Medicação
- Em casos de comorbidades como ansiedade ou depressão, a medicação pode ser recomendada.
4. Estratégias de Enfrentamento e Prevenção de Recaídas
O paciente é treinado para se preparar para gatilhos emocionais e situações futuras, ajudando a evitar novos episódios.
Conclusão
A compulsão alimentar pode ter repercussões profundas na saúde física, emocional e social. Buscar ajuda profissional é crucial para interromper o ciclo da compulsão, melhorar a qualidade de vida e restaurar a saúde física e emocional.
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